A recomendação
de sempre: o texto reflete a minha opinião sobre o lugar, sobre a experiência.
Tenha o discernimento de absorver sob o seu ponto de vista, levando em conta o
que você gosta. Aquilo que foi bom pra mim, pode não ser para você e
vice-versa.
Estive em Morro entre os
dias 20 e 25/10/2013, logo se vai em outra época, é melhor checar o tempo
antes. Calor deve fazer sempre, mas me falaram que quando chove, chove muito.
Fique atento.
- Como chegar
São três as formas de se chegar
até Morro de São Paulo: aéreo, semiterrestre e marítimo. Informações
atualizadas podem ser obtidas aqui: http://www.morrodesaopaulo.com.br/
à Aéreo: existem vôos
saindo do aeroporto de Salvador para Morro, naqueles aviões menores, tipo
‘teco-teco’. Eu cheguei a pesquisar na época, mas são vários os empecilhos:
preço elevado, número mínimo de passageiros, condições climáticas. Além disso,
quando estava em Morro, ouvi a dona da pousada dizer para uma hóspede, ao
telefone, que a ANAC havia suspendido os vôos por tempo indeterminado. Ou seja,
melhor não cogitar essa opção.
à Marítimo: esse é o
mais utilizado. Primeiro por ser mais rápido (duas horas e meia) que o
semiterrestre (quatro horas), segundo por ser mais prático em termos de
logística, dá pra se virar sozinho (compra a passagem no terminal marítimo e
pronto). O problema fica por conta do risco de passar mal durante a viagem. Li
inúmeros relatos de pessoas que perderam o resto do dia por conta do enjoo, ou
porque tomaram Dramim antes de ir e só queriam saber de dormir assim que
chegaram na ilha. Li, também, que o trajeto para voltar a Salvador é ainda
pior, uma vez que se navega no sentido oposto à corrente marítima - ou algo do
gênero. Outra coisa que precisa ser observada nessa forma de transporte, é a
antecedência na aquisição da passagem; caso vá num fim de semana ou feriado, as
chances de você chegar no terminal para comprar a passagem para o próximo
horário e não encontrar mais nada, são grandes. Conheci um gringo em Morro que
passou por isso, só conseguiu passagem para um catamarã que sairia dali horas
mais tarde. No link que passei ali em cima, existe todos os horários das
embarcações, preços e até mesmo o site para pré-reserva (ou compra definitiva,
não sei) da passagem.
à Semiterrestre: foi a
forma que eu optei. Preferi assim, pois se fosse via catamarã, eu sei que
passaria muito mal, por isso resolvei não arriscar. Eu contratei o traslado
pela Zulu Turismo (no link também tem o contato deles). Paguei R$ 170,00
antecipadamente – ida e volta – e eles me enviaram os vouchers do transporte.
Foi assim: eles me pegaram no hotel bem cedo (atenção, verifique antes o
trajeto do traslado, pois eles não passam em todos os bairros de Salvador e dependendo
de onde for sua hospedagem, você pode ficar fora dessa ‘área de cobertura’ do
serviço), e até pegar os demais passageiros, levamos uma hora para chegar no
terminal marítimo. Uma vez lá, eles colocaram no meu pulso e na minha mala uma
pulseira daquelas de balada, para identificar o grupo. Com a pulseira, não
precisamos encarar a fila enorme que se estendia até a rua, muito menos nos
preocupar com passagem, taxa de embarque e tal. Uma vez dentro do barco, foram
quarenta minutos até Itaparica, numa viagem tranquila, sem qualquer problema.
Chegando em Itaparica, as malas foram acomodadas numas carretas e embarcamos em
vans com ar condicionado, com destino à Ponta do Curral, em Valença. Demorou
mais de duas horas esse trajeto, ora em estrada boa, ora em trechos bem
danificados. Chegando na Ponta, embarcamos as malas em uma lancha rápida e
depois de quinze minutos, finalmente chegamos em Morro. Tempo gasto no
semiterrestre, da porta do hotel até o desembarque em Morro: quatro horas. Vale
lembrar que a Zulu tem horários para clientes que saem/vão direto para o
aeroporto e outro para os que estão hospedados em Salvador. Informe-se bem
sobre isso antes de fechar o traslado.
Chegando em Morro |
- Onde ficar:
Por ser um
local muito turístico, Morro possui hospedagens para todos os gostos e bolsos.
Tem desde o hostel mais simples até a pousada mais luxuosa, espalhados pelos
mais diversos pontos. Vou comentar separadamente as hospedagens e as
localizações.
Dessa vez eu
resolvi ficar sozinho em uma pousada, para ter mais privacidade e sossego;
antes de ir, entretanto, eu cheguei a pesquisar quartos privativos em hostels,
na esperança de que mesmo assim ficasse mais em conta. Infelizmente, só ficando
em coletivo mesmo para fazer uma boa economia – e olhe lá. No fim das contas,
acabou sendo mais vantajosa mesmo a pousada.
Existe um
hostel da HI – Escorregue no Reggae – o qual, pelas fotos, me pareceu ser um
lugar bacana, bem dentro dos padrões da HI mesmo. O preço do coletivo também
estava dentro do normal praticado Brasil afora, mas eu não reservei ali por
conta do preço do privativo que era quase o mesmo da pousada em que fiquei e a
localização não me pareceu muito atraente, embora depois eu tenha ido até lá e
visto que não é assim tão longe da praia como eu pensei. No caminho para o
Escorregue, eu passei em frente ao Che Lagarto. Nunca me hospedei num da rede
Che, pois nos comentários dos sites eles sempre foram retratados como um hostel
de ‘balada’, mais agitado e abarrotado de gringo; depois que vi as instalações
do Che em Ilha Grande então... Acontece que o Che de Morro, pelo menos o seu
exterior, me pareceu muito diferente da imagem que eu tinha da rede. Creio que
a marca passou por uma reformulação, pois a fachada do hostel estava
renovadíssima, com um excelente aspecto. Claro que não pude checar o interior,
as instalações, tamanho do quarto, número de beliches e tal, mas pelo que vi do
lado de fora, me atrevo a dizer que recomendo. Ok, por fora é uma coisa, dentro
pode continuar um lixo. Faz assim, visita o www.hostelworld.com e lê os comentários
sobre o Che – e sobre os demais hostels que encontrar em Morro. Pela localização
do Che e pelo aspecto exterior, eu recomendo, sim.
Eu fiquei
hospedado na Pousada Borakay, na rua principal de Morro. Fiz a reserva pelo www.booking.com, pois gostei do preço e das
imagens. Não me decepcionei. Claro que me colocaram no quarto virado para os
fundos da pousada – quarto do Booking/Decolar é sempre assim, não conte com
vista para o mar, jamais. No ato da reserva, o site dizia que eu pagaria tudo
no momento do check-in, no cartão de crédito. A pousada acabou cobrando metade
logo depois da reserva, deixando para cobrar a outra metade na minha chegada.
Embora não tenha sido essa a informação do site, eu não reclamei, pois pra mim
acabou sendo melhor, dividir o valor em duas vezes. Fica o alerta, pode ser que
isso aconteça com você também.
Como disse, a
Borakay fica na rua principal e isso é o trunfo dela, na minha opinião. Existem
pousadas na segunda, terceira e quarta praias, na estrada da Fonte Grande, na
Biquinha, por toda a ilha. Dê preferência para as que ficam na rua principal
(chamada de Caminho da Praia) ou no início da Fonte Grande (onde fica o Che
Lagarto) ou, no máximo, até a segunda praia. O movimento noturno fica
concentrado entre a praça onde começa a Caminho até a segunda praia. Ok, com
exceção da quarta praia, tudo fica perto, basta apenas uma leve caminhada – e
uma ladeira, caso venha das praias para o centrinho.
Para entender
melhor, saiba que em Morro existem os taxistas da carriola. Isso mesmo,
carrinho de mão com a inscrição ‘táxi’. Por quê? Assim que você chega em Morro,
obrigatoriamente vai ter que subir uma baita ladeira, bem íngreme; se estiver
hospedado a partir da primeira praia, vai ter que descer uma outra ladeira
igualmente íngreme e depois, claro, na volta, subir ela todinha com as malas –
caso seja daquelas pessoas que levam a casa na bagagem. Os caras cobram um
valor dependendo do volume e levam tudo ladeira acima/abaixo nas carriolas. Eu
cheguei a ver uma senhora ser levada no ‘táxi’, já que usava uma bengala e não
conseguiria subir tudo aquilo sozinha. Da primeira ladeira ninguém escapa.
Enfim, na minha opinião, não só por conta de se locomover com as bagagens, mas
para circular nos pontos de interesse de Morro, a melhor opção de hospedagem é
na rua principal (Caminho da Praia) ou na estrada da Fonte Grande.
- Praias:
Em
Morro são quatro as principais praias, as que tem o acesso mais fácil. Elas são
chamadas de Primeira, Segunda, Terceira e Quarta. Até ouvi falar na Quinta, mas
fica difícil saber onde ela começa e onde termina a anterior (uns turistas
disseram “praia um, praia dois”; eu ri). A Primeira é bem pequena, com muitas
pedras e o mar com algumas ondas; eu não entrei na água ali por conta das
pedras e confesso que não vi muitas pessoas por ali também. A Segunda é a que
se pode chamar de principal, pois é onde ficam concentradas as cadeiras e
barracas, tem vários restaurantes e pousadas; o mar aqui é SUPER calmo, sem
correnteza alguma, mesmo na maré alta, pois ela é toda protegida por
pedras/corais. No fim de semana é onde o povo da farofa se instala e adeus
sossego. A terceira não é boa para banho, pois muitos barcos param ali para
trazer suprimentos para a ilha e na maré alta a faixa de areia some. A quarta é
a mais linda. Você pode caminhar por ela até se cansar e provavelmente não vai
ver onde termina. Com a maré baixa, a água fica incrivelmente azul,
transparente, um mar muito calmo, onde dá pra você avançar muitos metros para
dentro e ficar com água nos joelhos. Para quem curte mar calmo, sem ondas,
Morro é o paraíso. Já aqueles que, como eu, preferem umas ondas para deixar a
coisa mais divertida, vai ficar entediado em pouco tempo.
Segunda Praia |
Existem
ainda a praia da argila e Gamboa, ambas acessíveis por uma trilha de
dificuldade baixa/média (depende do seu condicionamento físico). Eu cheguei até
a que eu acredito ser a da argila, mas não vi nada de diferente, preferi voltar
e ficar na segunda mesmo.
- Passeios:
Eu
fiz apenas um passeio, o volta à ilha, passando por Boipeba e Cairu. Ficou bem
abaixo das minhas expectativas, pois tinha Boipeba como um paraíso; quando vi
as águas de Morro, já fiquei impressionado, então imaginei que Boipeba seria
ainda mais surreal. Ledo engano. Ok, não é horrorosa, mas não vale a fama que
tem. Antes de Boipeba, o barco para nas piscinas de Moreré. Não sei se era a
lua, vento, mas as águas não estavam transparentes e eu não vi nenhuma vida
aquática que valesse o registro. Depois de Boipeba, há uma parada rápida em
Cairu, para visitar o museu de Santo Antônio. Confesso que nem entrei. Cidade
minúscula, bem interiorzão mesmo, sossegada até dizer chega. O caminho de volta
para Morro me lembrou muito o passeio que fiz pelo Rio Preguiças em
Barreirinhas/MA, um visual bem interessante, vegetação abundante, água doce,
nem parece que você saiu de casa para ir à praia.
Não
vi nenhum outro passeio atraente. Quem curte ou tem vontade, existe a
possibilidade de fazer mergulho de cilindro em Morro. Não perguntei preço,
duração, nada, mas é muito fácil achar a agência que faz, pois ela fica bem no
caminho entre a primeira e a segunda praia, impossível não ver os caras ali.
- Vida noturna:
Embora
eu não seja a melhor fonte para informações sobre vida noturna de onde quer que
seja, acho que aqui dá pra deixar ao menos umas informações básicas. Existem dois
lugares bastante freqüentados em Morro no fim de tarde, no que eles chamam de
“after beach”, Toca do Morcego e Hotel Portaló. Em ambos você vai para curtir o
pôr-do-sol enquanto relaxa ouvindo um som ambiente e tomando um “qualquer
coisa”.
Toca: Só não abre às
segundas, inicia atendimento às 16h30 e vai até tarde; nos fins de semana rola
balada (vi flyers e cartazes na ilha). Eles cobram R$ 5 apenas pela entrada (eu
presumo que seja pelo wifi, o qual tem melhor sinal se você ficar perto do bar
e do caixa); achei os preços dentro do padrão de Morro, já fui preparado.
Aceitam cartões e isso é ÓTIMO. Fui todos os dias em que estava aberto para o
fim de tarde lá.
Na Toca do Morcego é assim |
Portaló: Só fui na
segunda-feira, justamente por estar a Toca fechada. Por ser um hotel, as chances
de terem casais em lua de mel, com crianças por ali é bem maior. O ambiente
também é bastante agradável, preços no mesmo patamar, enfim, como plano b,
funcionou. Não cobram entrada nem o wifi, mas a qualidade do sinal é bem ruim.
Portaló |
Morro
também tem uma balada mais no estilo clube, chamada Pulsar. Eu não vi
funcionando, pois cheguei num domingo e saí de lá na sexta de manhã,
provavelmente só tenha atividade nas noites de sexta e sábado – o que eu acho
estranho, pois todo mundo que está ali está de folga/férias, então uma balada
no meio da semana pode ser interessante. Como disse, não fui, não vi, só passei
em frente à entrada (fica ao longo da muralha, no caminho à esquerda do portal
de entrada, ou seguindo reto quando se desce a ladeira). Não se preocupe com a
localização desses lugares, basta perguntar pra qualquer um ali que eles vão te
indicar o caminho.
- Comer/beber:
Acostume-se:
Morro é caro. Um coco custa R$ 5, aí você imagina o resto. Para efeito de
comparação, por um guarda-sol e uma espreguiçadeira na segunda praia eu paguei
R$ 15; em Maceió, na praia de Ponta Verde, por um guarda-sol, duas cadeiras,
mais a gentileza dos donos da barraca em vir molhar meus pés com regadores ao
longo do dia, eu paguei R$ 4. Entenderam, né?
Por
ser um destino extremamente turístico e muito procurado por casais em
lua-de-mel, tudo é para duas pessoas. Eu achei um restaurante self-service que
me ajudou bastante, na economia de dinheiro e a não desperdiçar comida. O nome
do restaurante é Alecrim e ele fica na rua principal, do lado esquerdo de quem
desce a rua, fácil encontrar. Almocei ali todos os dias e recomendo. Para
enganar o estômago existem as vendedoras de tapioca perto da igreja e um baiano
vendendo acarajé (o qual eu provei e gostei bastante). Nos demais restaurantes,
especialmente os da segunda praia, tudo fica mais caro e, como eu já disse,
para duas pessoas. Se você vai ficar em hostel, tem a opção de fazer sua
própria comida e tal; vi apenas um mercadinho por ali, mas existe.
Bom,
creio que ao menos as informações básicas eu coloquei aqui. Morro não é grande,
então é fácil se localizar ali, escolher os melhores lugares para freqüentar, o
que fazer durante a noite. Não sei se já escrevi isso nos parágrafos anteriores
(estou escrevendo isso aqui um pouco por dia), mas se me perguntarem, eu
acredito que, para valer a pena, a estadia mínima em Morro deve ser de quatro
dias – sem contar os dias de chegada e partida. Digo isso, pois achei tão
trabalhoso chegar lá, que ficar menos tempo vai parecer muito trabalho para
pouco proveito, na minha opinião, pelo menos.
Gostei
de Morro de São Paulo? Sim, gostei. Voltaria? Acho muito difícil. Só se ganhar
toda a viagem de graça ou se conseguir reunir um grupo muito bom de amigos,
pois assim a experiência será outra, viverei Morro de modo diferente. Do
contrário, prefiro voltar para Pipa. Ou para Jeri.
É
isso.
Lucky Club | LuckyClub.live
ResponderExcluirLucky Club is a fantastic online gambling platform that offers the opportunity to bet on the world's biggest sports! The luckyclub.live award winning Lucky Club Rating: 4 · 32 votes