domingo, 5 de junho de 2011

São Miguel do Gostoso/RN


            Estive lá entre os dias 23 e 26/11/10. Inicialmente, iria ficar até o dia 30/11, mas decidi voltar antes para Natal, pois a cidade é muito parada...

- Chegando e saindo:
            São Miguel fica a cerca de 110 km ao norte de Natal, subindo pela BR-101 até o trevo do município de Touros, caminho para aqueles que estiverem de carro, numa viagem que dura cerca de duas horas. Existem ônibus saindo de Natal, da empresa ‘Expresso Cabral’ – www.expressocabral.com.br – sendo que a viagem dura mais de três horas, pois ele não segue pela BR, mas entra em várias outras cidades antes de chegar lá. Existe, ainda, a possibilidade de se contratar transfer com alguns motoristas – eu fiz isso. Claro que fica mais caro, mas como a opção de horários do ônibus não é muito grande e, pelo horário em que eu chegaria em Natal vindo de Noronha, acabei optando pelo transfer mesmo. Fechei com o Ismael, que foi me encontrar no aeroporto na hora do desembarque e me deixou na porta da pousada. Tel: (84) 9973-3320. 84 9171 1228 / 84 9973 3320 / 11 9135 1187. e-mail: ismateus30@hotmail.com. Paguei R$ 150,00 e gostei do serviço dele. O carro – uma Doblo – estava em ótimas condições, foi bem tranquila a viagem.
            Para voltar, os ônibus vem para Natal apenas em três horários; dois bem de manhã e mais um, na parte da tarde (no site tem os horários exatos). São Miguel não tem rodoviária, então os embarques e desembarques são na rua principal da cidade, em frente aos Correios. Eu decidi, de novo, voltar para Natal de transfer, pois foi uma decisão repentina e pelos horários do ônibus, meus planos complicariam. Tentei o Ismael mais uma vez, mas como não atendeu, acabei ligando para outro cara cujo telefone eu tinha anotado no roteiro, o Sandro (84) 9451-8218, (84) 8823-5330, (84) 8104-6605. Esse me cobrou mais barato, R$ 120,00, apareceu na hora combinada e me deixou na rodoviária, como pedi. Também foi tranqüilo, carro em boas condições, e um bom papo, pois ele morou muitos anos em Gostoso e me contou algumas histórias interessantes. Tanto é que, para ir pra Pipa, mais uma vez contratei o Sandro (tá, aqui eu reconheço que não precisaria ter pago R$ 100,00, pois eu já conhecia Pipa e sabia como chegar lá. Mas minha mochila estava bem pesada e, confesso, me dei ao luxo por pura preguiça...).

- O que fazer:
            Como disse no início, Gostoso é muito parada. A cidade é muito procurada pelos praticantes de wind/kitesurf, pois realmente venta muito lá. Dizem que nas temporadas – carnaval, fim de ano – a cidade recebe muita gente e fica movimentada, interessante. Como eu fui na baixa temporada, não vi movimento algum. Aliás, parecia que o único turista era eu, os demais eram todos os esportistas. São Miguel é a típica cidade do interior: pequena, pacata, com as pessoas jogando dominó na sombra da árvore, as senhoras fazendo renda na varanda de casa, tudo num ritmo bem peculiar. Para que procura descanso total, pode ser uma boa opção; eu tenho uma tendência a gostar de lugares mais tranquilos, mas até pra mim a tranquilidade de Gostoso foi demais. Isso não signifique que eu não recomende – pelo contrário – mas eu acho que é mais um lugar para se visitar de carro, vindo de Natal ou passar, no máximo, umas duas noites. Mas, como sempre digo, cada um é cada um. Tem pessoas – especialmente estrangeiros – que gostaram tanto que ficaram lá de vez.

- Praias:
            As principais praias de São Miguel – Ponta do Santo Cristo, Cardeiro, Xepa e Maceió, todas acessíveis a pé. O vento é forte e constante, por isso não existem barracas a beira-mar, os lugares onde se pode comer/beber alguma coisa ficam a vários metros de distância. O banho de mar não é ruim, pois mesmo com tanto vento as ondas não são fortes. Na Ponta do S. Cristo é onde estão concentrados os praticantes do kite/wind. Eu caminhei para além dessa praia, bem pra frente, num trecho onde não havia ninguém (e confesso que não sei o nome desse lugar), mas para chegar até o Farol do Calcanhar pela praia, tem que muito mais disposição, pois é longe, bem longe. Todo esse trecho era só mar, areia, vento; uma paisagem linda, é verdade, e uma tranqüilidade absurda; muito bom para colocar a cabeça em ordem, dar uma bela ‘pisada no freio’.

            No dia seguinte, saindo da Xepa, eu caminheiro pelo lado esquerdo, passando pela praia de Maceió, seguindo rumo a Tourinhos. Andei por cerca de duas horas, mas a maré estava subindo, o que sempre torna a caminhada mais cansativa e eu cheguei a um ponto com muitas pedras, achei melhor retornar. Só depois fui saber que tinha chegado muito, mas muito próximo a Tourinhos. Como não poderia deixar de ser, esse trecho também é muito deserto e venta um pouco menos do que a outra ponta – tanto é que ninguém vem praticar kitesurf ali. É tão sossegado que, ao voltar para a praia principal, eu vi um casal fazendo naturismo na praia. Isso mesmo, sem roupa. Passei muito próximo de ambos e eles continuaram no mesmo lugar. Pois é, São Miguel do Gostoso, às vezes, parece que está em outra dimensão...
            A praia de Tourinhos fica a uns 08 km do centro de Gostoso (pela praia dizem ser apenas 04) e vale a pena ser visitada. Linda! Um mar tranquilo, clarinho, com um visual marcante e, claro, quando estive lá era praticamente deserta. Apenas alguns pescadores apareceram, mas só; caminhei um longo trecho sozinho. Passei o dia todo lá, andando, tomando banho de mar, sol; o único lugar para se comer e beber é um barzinho bem próximo à falésia (marca registrada de Tourinhos essa falésia), chamado Tartuga, de propriedade de um italiano. Eu fui pra lá de moto-táxi, que é um meio bastante útil de transporte por lá (e o uso de capacete não existe), e o cara me cobrou R$ 20 para me levar até lá e depois ir me buscar na hora combinada.

- Farol do Calcanhar, início da BR-101:
            Antes de ir pra lá, eu já sabia que em Touros fica o marco zero da BR-101, a maior rodovia do país. Então, uma vez em Gostoso, fiz questão de ir até lá. Contratei moto-táxi, porque é bem longe pra se ir a pé. Paguei R$ 15,00, só ida. Cheguei até a entrada do Farol do Calcanhar, mas como é propriedade da Marinha, estava fechado – abre apenas aos domingos, no período da tarde. Pelo menos foi possível tirar umas fotos do lugar, das placas. Visualmente, pode não ser tão impressionante, mas o que o local representa, pra mim, é bem interessante. Apesar de no mesmo local do Farol existir uma placa indicando ali como marco zero da BR, caminhando de volta pela estrada de chão, se chega num trecho onde o asfalto começa repentinamente e é ali, eu acho, que oficialmente deve começar a rodovia – tem várias placas do DER dizendo isso. Pra mim, foi bastante curioso poder estar e fotografar a placa de ‘BR-101, KM 0’. Eu acho que vale a pena, sim, visitar esse lugar, ainda que de moto-táxi; já que se chegou tão perto, pra que deixar passar a oportunidade? Pra voltar pra Gostoso, eu tinha decidido caminhar até a rotatória de Touros para pedir carona ali – cerca de 03 km de distância; porém, tive sorte, e um buggeiro parou e me deu carona, logo que comecei a caminhar! E, melhor ainda, ele voltou pra Gostoso pela praia. Simpatia nordestina é isso aí.

- Onde comer:
            Pelo menos nesse quesito, reconheço que tive boas experiências em Gostoso, cada dia comi em um lugar diferente. Tais lugares, ou ficam na rua principal, ou em uma das ruas que descem para as praias – tem várias placas indicando e todo mundo sabe onde fica. ‘Nossa Maloca’ – um macarrão muito bom! Sim, macarrão, pois chega uma hora que peixe e camarão deixam de ser novidade... Mas o preço não era muito convidativo, ainda mais sozinho.
‘Espaço Mix’ – aqui as opções eram limitadas, ou pizza, ou batata assada. Comi a batata, com carne de sol (lógico) e gostei bastante. Também tomei um mojito ali, valeu o pedido. Preço, mais barato que o anterior, mas ainda salgado...
‘Casa da Sopa’ – na rua principal, uma portinha bem pequena, com algumas mesas na calçada. Simples, mas muito bom. Comi batata assada também, veio uma boa quantidade, bem recheada e um preço bem mais acessível do que os anteriores.
‘Hibiscus’ – fica mais afastado da rua principal, perto da pousada onde fiquei hospedado. Experimentei um filé mignon com arroz com espinafre. Caro, saboroso, mas não me caiu bem não... O local é agradável – acredito que na alta temporada deva lotar – mas foi um luxo desnecessário, poderia ter comido em outro lugar...
‘Bar de Dedé de Tico’ – Demorei pra achar o lugar, mas como me foi muito recomendado, insisti. Não é visível da praia, pois fica atrás do ‘Skina’ bar, esse você vê da praia, tem umas bandeiras brancas. Eu cheguei até ‘Dedé’ pela rua principal, descendo a perpendicular no acesso da praia do Cardeiro; fica ao lado de uma escola de kitesurf. Comi caldo de arraia e de camarão. Uma delícia! E não achei caro não. Valeu a pena a indicação e a procura.
‘Casa de Taipa’ – Esse é o restaurante que fica na pousada onde me hospedei e onde ironicamente não comi. Porém, se regular pela qualidade do café da manhã, a comida deve ser muito boa. Mas como não experimentei, melhor não opinar.

- Pousada Casa de Taipa: www.pousadacasadetaipa.com.br
            Depois de muito pesquisar na net, foi a pousada com o preço mais acessível que encontrei e também gostei do que vi pelo site. Foram bastante atenciosos pelo telefone e por e-mail e, pelo fato de reservar com meses de antecedência, consegui um quarto só pra mim por R$ 80,00. Quando cheguei lá, o preço já havia subido bastante. O lugar é incrível, muito bom mesmo. Ainda mais depois da pousadinha que tinha arranjado em Noronha, chegar ali foi como chegar num resort. Tudo muito bem organizado, limpo, novo; quarto com ar, tv de LCD, frigobar (pra você abastecer), um chuveiro ótimo, um cama de casal, mais uma de solteiro, um colchão confortável... Aliás, é tudo tão bem cuidado, que dá até medo de desarrumar a cama pra dormir, hehe. Depois de quinze dias viajando, ali foi o lugar onde eu pude realmente descansar e retomar o fôlego totalmente. Isso sem falar na piscina, no deck onde se pode subir para ver o pôr-do-sol e o café da manhã, que é muito bem servido, muito bem preparado, excelente! Pois é, a Casa de Taipa foi uma das melhores coisas que me aconteceram em Gostoso. Ela não fica assim tão próxima da praia, mas num lugar daquele, de férias, a gente nem percebe a caminhada...

- Demais informações:
- Em Gostoso, dizem, só pega celular da Claro. O meu é, logo, não posso dizer se não pega outra operadora...
- A internet lá é bem mais barata que em Noronha (assim como tudo nesse país), paguei R$ 2,00 a hora e a velocidade não desagrada. Tem uma lan no caminho da pousada e outra na rua principal.
- Eu cheguei precisando de uma lavanderia e acabei encontrando. Assim, pelo estado em que estavam minhas roupas, o serviço até que foi bom, mas não foi excelente. Porém, como era minha única opção, deu pro gasto. A lavanderia se chama ‘I-Jefferson’ (isso mesmo, você não leu errado) e eles cobram por peça, não por peso. Paga-se adiantado, mas eles entregam na pousada.
- Eu procurei, mas não encontrei em nenhum lugar lembranças para comprar, tipo imãs, chaveiros. Na única loja que achei, só tinha peças de artesanato caríssimas, ou itens que não tinham a identificação da cidade – então, pra que comprá-los?
- Eu usei cartão apenas em um mercado, nos demais lugares tudo em dinheiro. Tem um caixa eletrônico do Banco do Brasil, outro do Bradesco, e uma casa lotérica.

            Acho que é tudo. Lembrando sempre que tudo o que foi escrito reflete apenas a MINHA opinião. Como não sou guia turístico e faço esses relatos por puro prazer, não tenho a obrigação de adaptar minhas palavras a essa ou àquela opinião. Certamente, pessoas lá já estiveram discordarão de vários pontos; os que ainda vão, podem voltar também com uma visão totalmente diferente. É assim, cada um com seu cada um. Certo?

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