sábado, 13 de julho de 2013

Sozinho em Montevideo

     Depois de um longo intervalo, voltei. Como sempre, antes das informações, gosto de deixar umas observações que melhoram a forma como você pode absorver e aproveitar as dicas que exponho aqui. 
           
     Eu estive em Montevideo (prefiro escrever assim, pois é o correto – você não gosta que os gringos chamem seu país de BraZil, não é mesmo? E nem chama Buenos Aires de “Bons Ares”...) entre os dias 04 e 09 de julho de 2013, ‘invernão’. Logo, se vai pra lá em outra época, muitas coisas poderão não servir para você.

     Embora muitas das atrações estejam no Centro e na Ciudad Vieja (fui pra lá todos os dias), eu fiquei hospedado no bairro de Pocitos. Não me arrependi. Montevideo não é uma grande metrópole e é muito fácil utilizar os ônibus para se locomover. Além disso, Pocitos é um bairro muito agradável. Falo mais sobre ele ao longo do texto.

     Está buscando dicas de baladinhas? Da night? Lamento, pode voltar pro Google, pois aqui não vai achar nada. Não que lá não exista isso, mas eu sou a última pessoa para quem deva perguntar sobre o assunto. Sou avesso a baladas (ou boliches, como eles dizem lá). Dependendo do lugar, até rola um barzinho. Mas balada mesmo, sem chance.

     As informações se restringem a Montevideo. Não fui a Colônia, muito menos a Punta ou Cabo Polônio. Se vai para tais lugares, terá que complementar seu roteiro em outros sites.

     Se você já viaja com freqüência, talvez considere muitas informações irrelevantes, óbvias demais. Porém, como um dia todos nós já fomos marinheiros de primeira viagem, penso que alguém assim possa chegar até aqui e, consequentemente, ser beneficiado com as mesmas.

    Para finalizar, o lembrete de sempre: tudo aqui escrito reflete a minha opinião pessoal, meus gostos e desgostos, minhas exigências e minhas tolerâncias. Não escrevo visando um público-alvo – não sou pago pra isso – mas, sim, para compartilhar aquilo que julgo necessário, coisas que eu gostaria de ter lido antes de viajar, mas não encontrei. Não sou dono da verdade absoluta (ela existe?), mas sou dono da minha verdade.

     Dito isso, vamos ao que interessa:

- Chegando e saindo:
     Não há segredo. Como a companhia aérea uruguaia – Pluna – não existe mais, sobram poucas opções para voar até lá. Embora tenha milhas na GOL, acabei comprando passagens da TAM, pois os horários desta são muito melhores, além de serem vôos diretos – na GOL existem vários com conexão em Porto Alegre. Se morasse na capital, talvez fosse com a GOL, mas como não é o caso, optei pela vermelha mesmo.

- Frio:
     Quando eu fui, estava bastante frio. Pela localização às margens do Rio da Prata, sobe um vento de cortar os ossos. Luvas e cachecol são bem importantes. Eu não gosto de gorro, mas confesso que fez falta. Eu aconselho levar tanto roupas que aquecem como outras que protegem do vento. Se tem alguma peça de couro, essa é a oportunidade de usar. Porém, ao contrário do Brasil que é frio até dentro de casa, eles tem calefação nos ambientes. Sendo assim, o ideal é sair pra rua no esquema "cebola", com pelo menos a última blusa no tipo casaco, fácil de tirar e por. Assim que entrar num restaurante, vai querer tirar ao menos uma peça e nessas horas o esquema de cebola ajuda. Eu achava que apenas manteiga de cacau fosse suficiente para a boca mas, acredite se quiser, mesmo com o tempo nubladíssimo nos primeiros dias, fiquei com aquela sensação de 'mormarço' na pele. Imagino alguém mais branquelo... Leve a manteiga de cacau e, por que não, até mesmo um protetor para o rosto. Também aconselho proteger ouvido, nariz e boca, mesmo que não ache que está assim tanto frio. Eu não fiz isso e como resultado cheguei em casa com a garganta inflamada e 38 graus de febre. Três injeções para resolver...

- Seguro viagem:
     Ao comprar as passagens, eu fiz o seguro da Mondial – www.mondialtravel.com.br – na mesma compra. O preço é o mesmo, fica a seu critério comprar junto ou mais próximo da viagem. Eles não exigem que você apresente nada disso e eu confesso que até me esqueci que tinha, mas vai que você precisa de um atendimento de urgência? Vai por mim, faça. É barato e pode poupar você de uma dor de cabeça imensa – chegou a ver o caso das senhoras que se acidentaram na Turquia, nos balões? Então...
     Eu aconselho a, assim que o seguro enviar a você o contrato e demais documentos do seguro, fazer o seguinte: salve no seu computador todos os arquivos, mande os mesmos para um e-mail que você possa acessar com facilidade de qualquer lugar (hotmail), leve uma cópia impressa com você (dependendo da emergência, pode não ter internet por perto) e deixe outra cópia com alguém da sua casa. Assim, caso dê merda, pelo menos você sabe para onde correr e com quem contar.

- Imigração/Polícia Federal:
     A regra é clara: líquidos, apenas em embalagens de 100 ml (o oficial em Guarulhos fez eu tirar meu Close-Up líquido da bolsa para conferir) e, de preferência, embaladas individualmente naqueles saquinhos tipo “zip-loc”. Se é fumante, diga adeus ao seu isqueiro – se tem um Zippo ou outro de estimação, deixe em casa – pois eles barram mesmo, sem choro. Até ano passado, quando fui a Buenos Aires, eles liberavam aqueles menores. Hoje, nada feito. Se tem garrafa de água na bolsa, beba antes, pois eles também não liberam. E isso vale tanto em Guarulhos quanto na volta, em Montevideo.

- Que documento levar?
     Nos países do Mercosul, o RG brasileiro é aceito, desde que tenha no máximo dez anos de expedição e, ÓBVIO, esteja em ótimas condições de conservação. Se não tem passaporte, não tem problema; mas se tem, não custa levar. Um carimbo a mais sempre cai bem. Eu também tenho – e levei – minha carteira nacional de vacinação, por conta da vacina contra a febre amarela, mas em nenhum momento foi solicitada. Mais uma vez, se tem, não custa levar. Vai que...
     Ao embarcar no avião, ainda no Brasil, o comissário vai lhe entregar um formulário para ser preenchido (dica: tenha sempre uma caneta com você, em qualquer viagem, é útil); na verdade são três formulários num papel só. Não se preocupe com o preenchimento, é simples, intuitivo. Se possível, preencha assim que se acomodar e deixe junto com seu documento, para não ter que fazer isso depois que desembarcar.
     Assim que sair do avião, vai, obrigatoriamente, para a fila da imigração. O procedimento é rápido (desde que já esteja com tudo preenchido). Eles vão pedir seu documento e o formulário. Dos três, eles vão destacar um, carimbar um segundo e deixar você com este carimbado e outro menor – se não me engano era uma declaração de que a pessoa não porta nada de origem vegetal e animal, controle sanitário. Pois bem, GUARDE O PAPEL CARIMBADO!!
     Ano passado, em Buenos Aires, como eu estava com passaporte, eles carimbaram o mesmo e não me deram nenhum outro papel. Dessa vez, embora tenham também carimbado o passaporte, me entregaram a guia carimbada. Como eu também havia levado o RG para andar comigo na rua, enquanto o passaporte fica no cofre do hotel, guardei junto, mesmo achando que jamais iria usar. Ainda bem que guardei, pois na saída do Uruguai, mesmo com o passaporte carimbado na entrada, a oficial exigiu o tal papelzinho carimbado. Sorte que estava fácil na bolsa. Já o terceiro papel, o do controle sanitário, não pediram. Enfim, por via das dúvidas, guarde com você todos os papeis que te entregarem aqui e lá. Ah, também é muito importante você guardar durante toda a viagem o comprovante de embarque – aquele pedacinho de papel onde colam a etiqueta da bagagem atrás – tanto o da ida quanto o da volta, pois você vai precisar fornecer o número de voo em mais de uma ocasião (inclusive no Free Shop).
     Na boa? Compre uma pasta de plástico, aquelas com elástico, do tamanho de meia folha de sulfite, e coloque dentro toda a papelada referente à viagem – e guarde a mesma na sua bagagem de mão, não faça a burrice de colocar na mala que será despachada. Fica muito mais fácil e organizado para você nessas situações, do que ter que parar a fila por minutos revirando os bolsos. Eu garanto que é bem mais prático.
     IMPORTANTE: ou passaporte, ou RG com até dez anos de expedição. Nem sonhe que carteira de habilitação, registro profissional (mesmo sendo você da OAB), vão funcionar. Não vão. Mesmo. Não insista.

Aeroporto de Carrasco. Bem-vindo a Montevideo!


- Que moeda levar?
     Se você tem dólares em casa e não tem outros planos para eles, leve, pois eles valem bastante no Uruguai (a cotação estava USD 1 = 20,40 Pesos Uruguaios). Do contrário, leve Reais mesmo que é aceito numa boa, em vários lugares e também com uma boa cotação (quando fui R$ 1 = 8,50 Pesos).
      Assim que passar pela esteira de bagagem, verá uma casa de câmbio. Só troque ali o necessário para as primeiras despesas – táxi, ônibus ou um lanche de emergência no saguão do aeroporto – pois a cotação, ali, é péssima. R$ 1 valiam 7,33 Pesos.
     Já na cidade, é muito fácil encontrar casas de câmbio, embora as do Centro funcionem apenas em horário comercial e fechem nos fins de semana (primeira vantagem de ficar em Pocitos; explico melhor adiante) e a cotação é quase tabelada, a variação é muito pequena de um lugar para o outro. Em Buenos Aires, eles exigiam um documento para efetuar o câmbio. Em Montevideo, não (na casa de câmbio do aeroporto, porém, eles pediram, mas só lá). Mas, como nenhuma pessoa em sã consciência sai às ruas sem documento, isso não será problema mesmo se alguma casa de câmbio pedir, não é mesmo?
     Eu também levei meu cartão de débito habilitado para saques direto na minha conta corrente (ligue no seu banco para fazer isso e, também, habilitar seus cartões de crédito, informando para onde vai, a fim de evitar que eles sejam bloqueados sob a suspeita de clonagem/furto), mas confesso que me arrependi. O caixa eletrônico do aeroporto não funcionou, assim como uns dois ou três mais que tentei pela cidade. No sábado e domingo, muitas agências com caixas “24 horas” ficam trancadas...
     Consegui sacar duas vezes, um saque de 1000 Pesos e outro de 1500. Em ambas vezes, o banco local me cobrou 100 Pesos a mais pela operação. O valor foi, sim, convertido em Reais, debitado na minha conta corrente. Porém... O Banco do Brasil (meu banco, não sei o seu) também lançou esses saques na fatura do crédito (meu cartão é híbrido), ou seja, cobrança em duplicidade. E lá vem dor de cabeça para resolver isso...
     Sinceramente? Se vai ficar poucos dias, leve tudo em espécie mesmo. Deixe uma quantia na carteira, coloque o resto num ‘money belt’ por baixo da roupa, ou dentro da meia, que seja, e não tenha essas dores de cabeça com taxas, IOF e essas merdas que os bancos SEMPRE insistem em fazer.
     Aí, vem a célebre pergunta: “quanto acha que eu devo levar?”. Gente, isso é pessoal e intransferível. Depende muito do que pretende fazer, se é econômico ou esbanjador. Se serve de parâmetro, eu levei R$ 200 por dia, sem contar hotel, transporte saindo e voltando ao aeroporto. Duzentos reais para os gastos com comida, souvenir, lazer, museus, transporte (usei táxi apenas uma vez, para ir ao aeroporto). Se puder levar isso, fome não vai passar; tédio também não. Agora, se detesta caminhar (eu caminhei mais de 20 km num dia), se não quer pegar ônibus, vai de táxi como a Angélica o tempo todo, talvez seja melhor aumentar essa proporção diária...
     Uma coisa importante: não se iluda muito com essa diferença, de que R$ 1 vale mais que 8 Pesos. Exemplificando: a passagem de ônibus é 20 Pesos, não três e pouco como aqui. Claro que, convertendo, sai até mais barato. Mas não adianta ficar convertendo toda hora, pois lá você gasta em Pesos, não em Reais. Ter mil Reais no Brasil, não é o mesmo que ter mil Pesos no Uruguai. O meu almoço mais caprichado, ficou em 760 Pesos. Não sei se me fiz claro, mas é só um alerta para não se assustar, economizando na troca de Reais achando que ‘vai render’.
     Cartão de crédito eu recomendo para compras grandes, como a conta do hotel. Lembre-se que de Pesos, vai para Dollar e só depois tudo é convertido em Reais. Isso sem mencionar a facada de 6% do IOF. Já disse e repito: leva em espécie o máximo que der e deixa os cartões para emergências, um plano B.
     Ah sim, gorjetas são esperadas pelos garçons. Os tradicionais 10%, que raramente vem incluído na conta (confira antes).

- Aeroporto/hotel/aeroporto:
     Depois de pegar a bagagem, trocar o dinheiro e passar as malas no raio-x, é hora de se hospedar. Assim que chegar no saguão, logo ao lado direito, verá uma guichê branco e laranja (não memorizei o nome) que oferece o serviço de van para os hoteis. Custa 250 Pesos por pessoa e eles deixam na porta do hotel. Não precisei esperar muito para lotar a van, uns dez minutos no máximo – tempo minimizado pelo wifi gratuito no saguão do aeroporto. Login: antel (‘a’ minúsculo, mesmo), senha: wifi.
     No dia do retorno eu fui de táxi até o aeroporto, paguei 700 Pesos. Não sei se seria o mesmo preço no dia da chegada, pois já era noite e não sei se existe bandeira dois lá. Certamente existem ônibus fazendo esse trajeto, mas deve demorar muito, difícil por estar com bagagem. Enfim, nessas horas eu opto pelo conforto, não pela economia.

- Por que Pocitos e não o Centro?
     Quando comecei as minhas pesquisas, li em vários lugares que Pocitos seria um bairro agradável, seguro, tranquilo, mas, ao mesmo tempo, com diversas opções de restaurantes, bares e outras comodidades. Já o Centro, embora seja onde estão localizadas várias das atrações que me interessavam, não me pareceu um lugar bom para se hospedar. E eu acertei na escolha. O Centro no fim de semana, durante o dia, fica deserto. Praticamente todo o comércio fechado, poucos restaurantes abertos – só o Mercado do Porto que salva esse marasmo. Também transitei por lá durante a noite (não de madrugada) e fiquei ainda mais contente por estar em Pocitos.
     Como já mencionei, Montevideo não é uma cidade imensa. No primeiro dia, eu quis por que quis ir a pé do hotel até o centro, pois gosto de ir conhecendo aos poucos, reparando nas casas, nas pessoas, enfim, em tudo. Levei uma hora para chegar lá – e mais uma hora para voltar. Nos outros dias, usei o ônibus; vinte minutos a viagem e pronto. Tendo um mapa nas mãos – e no hotel eles fornecem – não tem como errar. As ruas do Centro são bem sinalizadas (as de Pocitos, nem todas tem placa...) e fica fácil você se situar. Ademais, caso esteja meio perdido, basta perguntar para o cobrador, motorista ou outro passageiro mesmo que eles ajudam. Os montevideanos são gentis, educados e gostam dos brasileiros.
     Eu fiquei hospedado no Palm Beach Plaza – www.hotelpalmbeach.com.uy – e recomendo muito! Fiz a reserva pelo www.booking.com e correu tudo tranquilamente. É um hotel novíssimo e, embora os quartos sejam pequenos, é tudo muito aconchegante, limpo, confortável, funcionários gentis e atenciosos, um café da manhã totalmente adequado e uma internet que funciona bem! Além disso, a localização do hotel é soberba. Fica a uns vinte passos do ponto de ônibus, tem casa de câmbio a uma quadra, mercadinho a meia quadra, vários restaurantes nas proximidades. Enfim, recomendo totalmente. E o preço? Metade do que eu pagaria no Rio, por exemplo.

A minha vista pela manhã...

- Ônibus:
     Eu usei apenas dois ônibus, o 121 e o 116. Ambos passam na pracinha perto do hotel, a diferença é que um deles (121) vai até a Plaza Independência, por cima, pela 18 de julho (estudando o mapa no Google, vai entender melhor), o que facilita a ida ao Estádio Centenário e à Feira Tristan Narvaja. Já o 116, vai por ‘baixo’, pela 21 de setembro. Passa pelo Parque Rodó e vai até o Mercado do Porto, além da Independência. Ficando em Pocitos, só esses dois números que precisa saber (eu também peguei o 185, saindo do Centenário, mas não deu muito certo. Na parte dedicada ao estádio eu explico).
     O valor da passagem é 20 Pesos, como já mencionei, e você paga para o motorista (alguns tem cobrador). Não tem roleta. Assim que você dá o dinheiro, eles digitam numa maquininha e sai um recibo, que você precisa recolher. Nunca me pediram para conferir, mas se você não pega eles chamam você de volta. O troco máximo é para notas de 200 Pesos. Se pagar com 500 ou 1000, nada feito.
     Aqui eu faço minha observação. Imagina um ônibus no Brasil, sem roleta? NUNCA que neguinho iria pagar a tarifa. Nessas horas eu fico com um pouco de vergonha de muitos brasileiros...
     Ah, outra coisa diferente: para descer do ônibus, você pode tanto fazê-lo pela porta dianteira ou traseira. Se vai descer pela frente, é só ficar em pé ao lado da porta que o motorista já entende e para no próximo ponto. Se vai descer por trás, basta apertar o botão acima da porta – não tem cordinha – que ele para também. E, mais uma vez, a diferença na educação. Caso alguém vá descer pela frente, quem está no ponto para subir espera, numa boa, a pessoa descer. Comovente...

     Para se orientar em Montevideo, é bom se acostumar a se referir à localização dos lugares mencionando o encontro de duas ruas, tanto para os taxistas como para o ônibus. Os próprios estabelecimentos se apresentam como “estamos na rua X com a rua Y”. A localização pelo número do local não é muito usada. Eu, por exemplo, estava hospedado na ‘Jaime Zudañez con Plaza Tomas Gomensoro’. É fácil se acostumar – e bem mais fácil de se achar pelo mapa.

     Em vez de detalhar meu dia-a-dia na capital uruguaia, vou resumir em tópicos os lugares e passeios que julgo interessantes.

- Mercado do Porto (Piedras com Perez Castellanos)
     Pra mim, um dos melhores lugares para se visitar (leia-se comer). É bem pequeno, não espere um prédio imponente como o do Mercadão de São Paulo. Eu mesmo passei em frente dele, sem saber, e fui parar lá no embarque do porto, justamente achando que ele era um daqueles prédios enormes. Embora seja chamado de mercado, não tem barracas como as de SP ou BH; são algumas lojas de souvenir e vários restaurantes. O mais famoso, maior e concorrido é o El Palenque. Comi nele duas vezes (não comi a terceira pois é fechado na segunda-feira). Não tem mesas, apenas banquetas ao longo de um balcão enorme. Ótimo atendimento, cardápio bem variado e uma comida saborosíssima! Não vou indicar um prato em especial, pois cada um tem o seu paladar, mas, se possível, peça um ‘chorizo’. Garanto que vai gostar.
    Tem uma casa de empanadas que vivia lotada e que, por conta disso, acabei nem provando. Pelo movimento, deveriam ser bem boas. Não me recordo o nome, mas fica bem próximo a uma das várias portas. Na verdade, acho besteira indicar esse ou aquele lugar, creio que todos sejam bons, pois no sábado estavam todos lotados.

Sábado na hora almoço.

 - Museu do Carnaval:
     Se metade do quarteirão é do Mercado, a outra pertence a esse museu. Porém, ao contrário do que possa parecer, não é grande. Visitei por curiosidade – paguei 45 Pesos – mas reconheço que não é nada imperdível. Para uma cidade que se vangloria de comemorar quase dois meses de carnaval, creio que merecia um museu mais rico, mais informativo, mais interessante... Não me lembro o horário de funcionamento, mas já que vai ao Mercado, e se tiver interesse, só dar uma checada e ver se está aberto. Ah, a entrada fica de frente para o porto e não no lado oposto, como pode parecer (quando chegar lá, vai entender a minha dúvida).

Além desse corredor, mais uma sala. E só.
- Café Brasilero (sem o ‘i’ mesmo):
     Ituzaingo com 25 de Mayo. Fui duas vezes. Um lugar pequeno, mas bem aconchegante. Daqueles prédios antigos. Coma a torta de morango – tarteleta de frutilla – e beba um submarino. Pronto. Uma delícia.

- Teatro Solis:
     Chegando na Praça Independência, já dá pra vê-lo. As visitas guiadas (50 Pesos) acontecem às 11 e ao meio-dia (isso nas férias de julho, pois me parece que em outras épocas também tem uma às 16h00). Não demora muito, mas vale. O teatro é lindo, sua história bem interessante e é um dos principais atrativos da cidade. Tem que fazer para conhecer um pouco da história de Montevideo. Segundo a guia, os espetáculos são freqüentes, tanto no salão principal, como numa outra sala mais moderna, onde apresentações mais contemporâneas acontecem. Eu fui assistir a uma peça – na sala principal, claro – e, embora não entenda quase nada de espanhol falado, gostei do programa. A experiência foi gostosa, nova.
 
Vale a visita.
- Café Bacacay:
     Exatamente em frente ao teatro. Como todo café, pequeno mas aconchegante. Ainda mais naqueles dias frios, encontrar um local como aquele, todo aquecido, com vista para a fachada do Teatro, foi reconfortante.
 
Peça uma medialuna aqui. É grande. E saborosa.
- Estádio Centenário/Museu do Futebol:
     Eu acho que é uma visita obrigatória para quem vai a Montevideo. Diferente do La Bombonera em BsAs, onde o time do Boca é exaltado, aqui o futebol uruguaio é destacado, não esse ou aquele time. A história das Copas e de outros campeonatos importantes, muitas fotos, troféus, itens que hoje se transformaram em relíquia estão ali em exposição. Isso sem mencionar o acesso às arquibancadas, até à beira do campo. O lugar exala história. Eu não sou boleiro, mas até a mim o lugar impressionou. Se tiver como escolher, vá com o dia limpo. O visual é ainda mais incrível.
     O museu e o estádio estão abertos para visitação de segunda à sexta, sempre das 10 às 17 horas. Custou 100 Pesos (mas também aceitavam Reais e Dollares). Digo isso pois, antes de ir, algum site me passou a informação de que também abria aos sábados e domingos. Não sei se foi por causa das férias de julho, ou se mudaram de vez, mas perdi a viagem que fiz até lá no domingo – o que, no fim, foi bom, pois voltei no domingo garoava e na segunda o céu estava limpo que só.
      Para chegar, é fácil. Pega o 121 perto do hotel e desce na Boulevard Gral. Antigas com a Luis Morquio (em frente a um hospital). Daí, caminha sentido oposto a 18 de julho por uma avenida bem arborizada até chegar no parque Battle. O estádio fica no lado oposto. Na dúvida, pergunte. Qualquer um vai saber informar. Para voltar, saindo estádio, ou caminha de volta até a Gral. Antigas e pega o 121 de volta para Pocitos – ou continua pela 18 de julho até o Centro – ou pega o 185, no ponto logo à esquerda da saída do Museu. Eu fiz isso, mas confesso que me perdi. Embora ele esteja marcado “Pocitos”, ele faz um trajeto que vai até o meio do caminho, depois volta rumo a Buceo (bairro vizinho). Não foi de todo mal, pois desci perto da rambla e voltei caminhando, apreciando uma vista que ainda não conhecia (e se você gosta de shopping, esse 185 passa em frente ao maior shopping da cidade...).


- Rambla:
     É uma avenida imensa, com mais de 20 km, que margeia toda a cidade e o Rio da Prata. Vale a pena caminhar por ela – desde que esteja sol – pois rende belas fotos e também permite observar os locais caminhando, sentir-se menos turista e mais montevideano, rs. Eu caminhei pela rambla saindo do hotel – fica em frente – e fui até o Parque Rodó. Longe, mas como já disse, gosto de caminhar.
 
Imagino no verão...
- Parque Rodó:
     Menor do que esperava e com menos atrativos também. Talvez no fim de semana (fui numa segunda) tenha mais pessoas por ali, talvez até mesmo algum evento. Vale a visita? Sim. É imprescindível? Não.
 
Foto tirada numa segunda-feira. Provavelmente aos fins de semana "bombe".
- Feira Tristan Narvaja:
     Começa na rua com o mesmo nome (na verdade o nome da feira é por causa da rua), esquina com a 18 de julho e se estende por muitos, muitos quarteirões. Muitos na internet se queixaram, dizendo que é só quinquilharia, que é sem graça. Discordo. Além das quinquilharias, tem muito mais coisas para se ver. Mas, para mim, o mais interessante é poder se misturar aos locais. Sim, pois não é uma feirinha para turistas, mas onde os montevideanos vão à feira mesmo, comprar desde frutas, queijo, até produtos de limpeza, roupas e o que mais alguém aparecer para vender ali. Uma queixa: é muito difícil encontrar um lugar, ao longo da feira, onde se possa usar o banheiro. Os poucos estabelecimentos abertos, claro, só permitiam o uso para clientes. Eu até cheguei a entrar num restaurante para comer, mas não tinham banheiro. A princípio, pode parecer queixa de velho, mas é só a bexiga apertar para que todo o resto fique desinteressante...
     Algumas barracas ficam viradas para o meio da rua, outras de frente para a calçada onde, ainda, você tem mais antiquários e restaurantes. Tem que garimpar algum lugar decente para comer...
      Se tiver a sorte de encontrar uma senhorinha toda maquiada, vendendo empanadas numa esquina, com a família, compre e coma. Não vai se arrepender. Nessas horas dá vontade de andar com uma marmita, só para poder comprar mais do que o estômago aguenta e comer depois.
      A feira acontece todos os domingos, a partir das nove da manhã. Até o meio-dia ainda tá legal, mas aos poucos começam a baixar acampamento e, antes das três, adeus feira.
     Outra dica é o restaurante “Verde”, onde comi um flan (pudim) com doce de leite muito bom. Não me lembro se fica na própria Tristan ou numa paralela, mas esse não é difícil de achar.

Uns reclamam da muvuca. Eu acho válido se misturar com os locais e seus costumes.


- Museus:
     Existem vários museus e galerias pela cidade, porém, como não sou muito fã de arte contemporânea, não visitei nenhum. Os únicos que me interessaram, ou estavam fechados (do Gaúcho e da Moeda, ambos na 18 de julho, no mesmo local, fui no sábado e na segunda, nada...) ou não localizei, mesmo seguindo o Google (do Holocausto). Aí vai do gosto do freguês, achar os lugares e se achar por lá.

    Existem outras atrações, parques, mencionados nos sites que visitei, mas nenhum que me chamasse a atenção. Como disse, esse não é o guia definitivo. Logo, se buscar outras fontes, pode ser que encontre lugares que julgue interessantes e que eu não mencionei aqui.

     Bom, acho que é isso. Eu recomendo, sim, uma visita a Montevideo. Cidade agradável, tranquila, bonita, com uma excelente culinária e paisagens que enchem os olhos. Minha intenção é voltar no futuro, mas em outra época, para viver a cidade com um clima mais quente. Imagino que deva ficar ainda mais linda com as árvores cheias de folhas e com as pessoas saindo mais às ruas, sem medo de sentir frio. Talvez demore um pouco, mas certamente eu volto. Pretendo fazer um outro post, mais pessoal, no meu outro blog – www.decerto.blogspot.com. Se tiver a oportunidade de ler, pode ser que te inspire ainda mais a viajar até lá. De qualquer forma, se tiver a oportunidade, se precisar de um destino de feriado prolongado, vá pra Montevideo. Duvido muito que se arrependa.
 
Ir a Montevideo e não comer carne no Mercado do Porto, chega a ser um pecado.

     Até a próxima!!

6 comentários:

  1. Kara, foi muito bom ler seu Blog, muito exlarecedor, principalmente na parte de hospedagem. A ainda vc foi muito simples mais bem preciso. Parabens. ainda bem que tem pessoas que curtem compartilhar com que ainda nao conhece. To indo pra la em outubro proximo e me ajudou muito.

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    1. Olá. Que bom que meu post foi útil. Espero que goste de MVD o tanto que eu gostei. Boa viagem! Só não exagere no doce de leite. ;)

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    2. Acabei mudando a viagem pra janeiro proximo. pq ai ja ta mais calor e posso dar um pulo ate Punta. Quanto ao doce de leite vai ser complicado. e meu doce favorito. kkk

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  2. Obrigada pelas dicas! Estou indo pra lá em janeiro 🌞

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  3. Estou indo agora dia 18/9 22/9 não falo nada em espanhol dá pra se virar bem? É o frio sou mulher preciso falar algo mais kkk ADOREI SEU BLOG SALVEI PARA EVENTUAIS DUVIDAS

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    1. Olá, Kátia. Com relação ao espanhol, dá pra se virar bem, sim. Eles são muito atenciosos com turistas e gostam de nós brasileiros. Com relação ao frio, não sei nessa época, mas lá espere ao menos bastante vento, principalmente por conta do rio, pois MVD fica à beira dele.

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